estenose ureteral
- douglasrodrigomatt
- 7 de ago.
- 3 min de leitura
O ureter é uma estrutura tubular, responsável pelo transporte da urina da pelve renal ao trígono vesical, na bexiga, onde será armazenada e posteriormente eliminada pela uretra.
Por ser uma estrutura delicada e fina, sua avaliação é difícil e desafiadora. Por outro lado, nada difícil são as condições que podem prejudicar o fluxo da urina pelo ureter, condições essas geralmente estenóticas.
mas o que é uma estenose
De uma maneira geral, podemos entender como estenose qualquer condição em que o lúmen de uma estrutura tubular é diminuído, prejudicando a progressão do conteúdo luminal.
quais são os sinais de uma estenose
A diminuição do lúmen no local da estenose promove um acúmulo do conteúdo luminal nos segmentos anteriores ao ponto de estenose, e observamos então a dilatação anterior ao ponto de estenose.
Muitas vezes, podemos observar o peristaltismo do ureter, geralmente aumentado, resultado da tentativa de forçar a progressão do conteúdo.
causas de estenose
As causas de uma estenose ureteral são diversas. Por ser uma estrutura delicada, está sujeito à compressões das estruturas adjacentes com facilidade. Só podemos imaginar que existe alguma estenose de ureter quando observamos a dilatação do mesmo em quanro à dilatação, podemos pesquisar algumas causas:
causas intraluminais: geralmente por utererolitíase, plugs
causas intramurais: causadas por espessamento de parede (por processo processo inflamatório agudo, neoplásico) ou fibrose secundária a processos inflamatórios crônicos
causas extrínsecas: como organomegalias adjacentes (neoplásicas ou não), por posicionamento errôneo (retrocaval, por exemplo)

Devemos lembrar que identificar a causa de uma estenose ureteral pode ser um verdadeiro desafio e muitas vezes essa causa não é diagnosticada. Muitas vezes, o diagnóstico da estenose ureteral é presuntivo, mesmo aplicando-se diversas modalidades diagnósticas.
quais exames podemos indicar?
ultrassonografia
A ultrassonografia sempre será a primeira modalidade de exame de imagem a sugerir ou indicar uma possível estenose ureteral. Através da ultrassonografia vamos procurar sinais da estenose, como pielectasia ou hidronefrose, ectasia ureteral e seguir a dilatação do ureter até onde for possível. Devemos lembrar que, em casos de hidronefrose, possivelmente a estenose está associada à uma condição de obstrução total do ureter.
radiografia abdominal
A radiografia abdominal simples dificilmente trará sinais suficientes para indicar uma estenose ureteral, sendo que os estudos contrastados são indicados. A urografia excretora pode ser a primeira opção de radiografia contrastada onde observou-se discreta pielectasia na ultrassonografia mas sem adequada visibilização do ureter. Neste caso, a urografia excretora pode auxiliar na demarcação do ureter, seu trajeto e inserção. A interrupção da progressão do meio de contraste vai indicar o ponto de estenose e nem sempre, mostrar a causa da estenose.
Se a pielectasia for o suficiente para a confiança do ultrassonografista em promover a punção desta pelve renal, a pielografia anterógrada pode ser a melhor opção, pois a injeção do meio de contraste diretamente na pelve renal pode gerar melhor demarcação do ureter e mostrar com maior detalhe seu trajeto e ponto de estenose. A causa da estenose, pode ainda, ser ou não identificada por essa modalidade de estudo.
tomografia abdominal
A tomografia abdominal pode ser a técnica que melhor demonstre o trajeto ureteral, pois evita as sobreposições de imagens que tanto atrapalham a visualização do ureter na ultrassonografia e na radiografia. Contudo, sabemos que apesar de estar disponível vários centros, não é acessível à grande parte da população.
É pouco provável que um paciente seja encaminhado para tomografia sem antes ser submetido à ultrassonografia abdominal e radiografia e, geralmente, o diagnóstico da causa de estenose ureteral é presuntivo, associando os achados das diversas modalidades de estudo e ao histórico do paciente. Vamos exemplificar?
exemplo 1
Neste caso, a paciente felina possui um rim "fábrica de pedrinhas". Às vezes, as litíases obstruem o ureter e às vezes não. Mas em um determinado exame, observa-se uma importante dilatação do ureter, com peristaltismo evidente e aparentemente aumentado, sem uma causa aparente, pois em determinado ponto, o lúmen do ureter torna-se ínfimo novamente (apenas virtual) sem a presença de litíase ou estrutura externa promovendo sua compressão. Neste caso, presumimos que alguma litíase anterior tenha promovido um processo inflamatório neste local do ureter, e a fibrose secundária à esse processo inflamatório seja a causa da estenose.

exemplo 2
Este jovem paciente felino possui duas alterações congênitas: uma variação anatômica denominada de duplicação parcial da veia cava caudal (ode observa-se duas veias cavas caudais na porção mais caudal do abdômen) e o ureter segue um trajeto diferenciado: ao invés de seguir lateralmente à veia cava, até a região do trígono vesical, ele faz uma curva em seu trajeto, passando dorsalmente para a face medial da veia cava caudal. Essa passagem pode em alguns casos comprimir o ureter, causando a estenose.

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